Her



Realizador: Spike Jonze
Ano: 2013
Género: drama, romance, ficção científica.


imdb
trailer
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"I've never loved anyone the way I loved you."

Imaginemos um mundo onde a tecnologia já é suficientemente evoluída para desenvolver um Sistema Operativo com inteligência artificial superior à da espécie humana. Continuando a avançar essa ideia, vamos agora imaginar que um humano se apaixona por esse Sistema Operativo. Essa é a premissa de Her, o novo filme escrito e realizado por Spike Jonze. No papel, o filme parece ter tudo para falhar ou para se tornar em mais uma das comédias/dramas românticos bizarros muito em voga nos anos 80 (um exemplo disso é o filme Weird Science). Felizmente este não é o caso.

Spike Jonze constrói uma obra crédivel e madura, que foge da maioria dos clichés habituais muito presentes nestes géneros, em que cada cena mais divertida ou mais dramática surge naturalmente no enredo (grande feito tendo em consideração que nunca vemos um dos elementos).

Visualmente bonito, mas sem nunca sobressair, os cenários têm a mais valia de não indicar explicitamente o tempo em que decorre a ação e, ao mesmo tempo, são suficientemente ambíguos para fazer o espetador pensar que pode estar a ver um filme que se passa 6 meses ou 60 anos no futuro. Este pequeno detalhe ajuda ao investimento por parte do público na história.

Algures pelo meio da narrativa, perdi momentaneamente o interesse no que se estava a passar (mais por culpa minha do que do filme). Durante esse tempo, apercebi-me que o realizador parece estar a tentar tocar em temas mais profundo do que à primeira vista parece, sem, no entanto, tomar qualquer tipo de partido, o que me fez apreciar mais a obra.

Para este tipo de argumento, o elenco era importante para evitar que o filme caísse no ridículo ou fosse demasiado dramático, e nesse aspeto particular todos os actores fazem um excelente trabalho, com destaque para Joaquin Phoenix e Scarlett Johansson, ou mais particularmente, a voz de Scarlett Johansson.

Joaquin Phoenix parece que nasceu para aquele tipo de papel (é estranho não ter sido nomeado para o Óscar de melhor ator) e Scarlett Johansson demonstra mais emoções só com a voz do que outros atores/atrizes com o corpo todo. Além disso, consegue trazer todo o seu sex-appeal, novamente apenas com a sua voz (algo que não estava nada à espera) e a sua química com Joaquin Phoenix é outro ponto alto da obra (o que não deixa de ser estranho, porque as suas falas foram gravadas em pós-produção - fonte imdb).

Her, um dos melhores filmes de 2013 e talvez o melhor no seu género nesse ano. Mais profundo do que pode parecer à primeira vista (o Óscar de argumento original é merecidíssimo), é digno de uma hipótese mesmo para os espectadores que não "ligam"/gostam do género.

7,7/10

P.S.: A canção original presente no filme é muito mais merecedora do Óscar do que a música de princesa Disney que ganhou e que ouvimos em praticamente todos os filmes da Disney!!!


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